“A arte não pode ser puramente intuitiva. Ela deve ser pensada: ela própria pensa”. A partir desse conceito de Adorno, sublinha-se o nódulo da arte. Ela simplesmente é, no seu fazer, mas encerra um pensamento plástico e estético sobre as questões que incessantemente coloca.
A trajetória do artista abriga uma multiplicidade de meios, formas e padrões e transita entre a escultura, performances, pintura e outras intervenções artísticas. Mas, aqui, nada é casual, embora transgressor. As instalações, que, entre outros, se utilizam de objetos revestidos de outra roupagem ou de um novo sentido, revertem-se esculturalmente para suas telas. A banalização ou o fetichismo cedem lugar a composições estruturadas em irreverência e displicência na sua intervenção plástica. Mas se o pensamento artístico se reveste como intenção primordial e se por vezes dilacera a pureza consensual, a obra mantém-se essencialmente estética.
Nesse contexto, a simbologia se desvanece. Prevalecem os signos, em forma de cor, textura, objetos, que nada representam, apenas é e simplesmente instigam o olhar e a interação do observador.
Andrea Morizot
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